As ações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), negociadas sob o código CSNA3, registraram uma queda expressiva de 3,9% no pregão desta terça-feira (2), encerrando o dia cotadas a R$ 9,11. O desempenho negativo marca um início de mês fraco para os papéis da empresa, que também acumulam uma desvalorização de 3,8% em abril.
Durante o dia, os ativos oscilaram entre a mínima de R$ 9,02 e a máxima de R$ 9,44, movimentando um volume financeiro de aproximadamente R$ 108,6 milhões em 17.983 negociações. No fechamento anterior, os papéis estavam cotados a R$ 9,48, e abriram o dia a R$ 9,52.
Apesar da queda recente, os papéis da CSN ainda apresentam valorização de 2,82% no acumulado de 2025. No entanto, o desempenho nas últimas 52 semanas segue negativo, com uma forte retração de 34,15%, refletindo o cenário desafiador enfrentado pelo setor siderúrgico e pelas commodities em geral.
A Companhia Siderúrgica Nacional é uma das principais empresas brasileiras dos setores de siderurgia, mineração, logística, cimento e energia. Com atuação integrada, a CSN cobre toda a cadeia produtiva do aço — desde a extração de minério de ferro até a distribuição de produtos acabados, como os aços planos revestidos galvanizados e as folhas metálicas, ambos de alto valor agregado.
Os produtos da CSN abastecem diversos segmentos da indústria, com destaque para os setores automotivo, construção civil, embalagens, linha branca e OEM. A maior parte das vendas de aço da empresa é destinada ao mercado interno, o que reforça sua relevância no contexto industrial brasileiro.
Fundada em 1941, ainda como uma empresa estatal sob o governo de Getúlio Vargas, a CSN iniciou suas operações com a inauguração de sua primeira usina em 1946. Entre as décadas de 1960 e 1980, a companhia passou por uma série de expansões, atingindo uma produção anual de 4,6 milhões de toneladas em 1989.
Em 1993, a estatal foi privatizada por meio de leilões sucessivos, com o governo federal se desfazendo de 91% das ações. Poucos anos depois, em 1996, a CSN passou a controlar o Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, e também a Ferrovia MRS. Já em 1997, suas ações passaram a ser negociadas no nível II da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), ampliando sua presença internacional.
A internacionalização ganhou força em 2001, quando a companhia adquiriu os direitos de compra dos ativos da americana Heartland Steel, criando a subsidiária CSN LLC. No ano seguinte, comprou a fábrica de latas Metalic, ampliando sua atuação no mercado de embalagens metálicas.
Durante os anos 2000, a CSN realizou diversas aquisições estratégicas e, em 2009, entrou no setor de cimento, diversificando ainda mais seu portfólio. Em 2016, a companhia vendeu a Metalic e, dois anos depois, se desfez da CSN LLC nos Estados Unidos, repassando-a para a Steel Dynamics.
Atualmente, a principal acionista da CSN é a Vicunha Aços S.A., com participação de 48,97%. A Rio Iaco Participações detém 4,19%, enquanto cerca de 20% das ações são negociadas na bolsa de Nova York. No mercado brasileiro, 25% das ações estão em circulação (free float), e uma pequena parcela de 0,53% está em tesouraria.
Com uma trajetória marcada por transformações e expansão, a CSN segue como um dos pilares do setor industrial brasileiro. No entanto, o desempenho recente das ações reflete a volatilidade do mercado e a necessidade de adaptação contínua a cenários econômicos desafiadores.