A disputa pelo título da NASCAR Xfinity Series está mais acirrada do que nunca após a recente etapa no Kansas Speedway, em 27 de setembro. Enquanto alguns pilotos celebram, outros sentem a pressão aumentar drasticamente, e por trás de cada manobra na pista, existe uma complexa batalha tecnológica travada nos bastidores.
A Luta se Intensifica no Kansas
A corrida no Kansas mudou o cenário dos playoffs. Brandon Jones garantiu sua vaga na próxima fase com uma vitória dominante, tornando a briga pelas posições restantes ainda mais intensa. No entanto, o grande destaque do fim de semana foi o novato Connor Zilisch, que, ao terminar em segundo, cimentou seu nome na história da categoria.
Zilisch alcançou seu 16º top 5 consecutivo, quebrando um recorde de 41 anos que pertencia a Sam Ard. Para um piloto tão jovem, o feito é notável e demonstra uma consistência impressionante ao longo de toda a temporada. Mais do que apenas números, sua performance tem abalado as previsões e estabelecido um novo padrão para o que jovens talentos podem alcançar na NASCAR.
Com a próxima etapa marcada para o desafiador Roval de Charlotte, em 4 de outubro, cada ponto será crucial. A classificação mostra o quão pequena é a margem entre os pilotos.
Classificação dos Playoffs da NASCAR Xfinity (Após Kansas)
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Brandon Jones (Avançou com a vitória)
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Connor Zilisch (+105 pontos da linha de corte)
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Justin Allgaier (+68)
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Sam Mayer (+43)
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Taylor Gray (+16)
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Sheldon Creed (+12)
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Carson Kvapil (+9)
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Jesse Love (+5)
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— LINHA DE CORTE —
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Nick Sanchez (-5)
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Austin Hill (-7)
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Harrison Burton (-8)
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Sammy Smith (-14)
O Caos Controlado das Pistas
Uma corrida da NASCAR é um lembrete constante de quão tênue é a linha entre o controle e o caos. Em uma etapa recente em Sonoma, por exemplo, o pneu do Ford Mustang nº 51 de Cody Ware simplesmente se soltou em uma curva. A cena, com o pneu rolando desgovernado pela pista, ilustra perfeitamente a imprevisibilidade do esporte.
Cada corrida é uma lição sobre controle e recuperação. Alguns fatores, como a trajetória do carro nas curvas, podem ser ajustados. Outros, como um pneu solto ou uma colisão, só podem ser suportados. O diferencial está em extrair o máximo de vantagem dos elementos controláveis. É nesse ponto que a ciência dos fluidos entra em cena, uma arma secreta para equipes de ponta como a Hendrick Motorsports.
A Vantagem dos Fluidos e a Parceria com a Valvoline
Em um esporte onde motores, chassis, carroceria e pneus são estritamente regulamentados, os fluidos automotivos são uma das poucas áreas onde as equipes podem inovar para obter uma vantagem decisiva. É aqui que a parceria entre a Hendrick Motorsports e a Valvoline se torna fundamental.
O logo da Valvoline estampa o capô do Chevrolet nº 24, pilotado por William Byron, um talento de 27 anos que já é bicampeão da Daytona 500. Sua ascensão, que começou em simuladores de iRacing, agora depende de cada detalhe técnico do carro. Quando as margens são medidas em milésimos de segundo, uma pequena redução no desgaste do motor, uma fração de grau a mais de resistência ao calor ou uma mistura de óleo que limpa em vez de obstruir pode ser a diferença entre terminar no meio do pelotão e cruzar a linha de chegada em primeiro.
“Se você acompanha a NASCAR, percebe que a Hendrick é um pouco mais rápida que todo mundo”, afirma Roger England, diretor de tecnologia da Valvoline. “E gostamos de pensar que temos participação nisso”.
A Equipe de PhDs nos Boxes
Por trás dessa vantagem está uma equipe que England descreve carinhosamente como “geeks, nerds, PhDs e apaixonados por motores”. Esse time de elite, com mais de mil anos de experiência combinada na Valvoline, se dedica exclusivamente à inovação em lubrificantes para competição.
O processo é global e sigiloso. Moléculas podem ser modeladas na Índia, transformadas em produtos na sede em Kentucky e testadas em veículos e bancadas de teste nos EUA, tudo sem sair dos domínios da Valvoline. A colaboração interna é constante, com engenheiros trocando ideias entre as divisões de carros de passeio, caminhões pesados e veículos de corrida.
Essa cultura de inovação aberta impede que a equipe se torne complacente. “Nunca somos arrogantes a ponto de achar que temos todas as ideias”, explica England. “Nós tentamos de tudo. Porque a única coisa melhor do que ser arrogante é vencer”.



